Hoje ao ler um post do Blog Eu, ele, a maria e o miguel reparei que me encontro na mesma situação. Relata o que aconteceu na escola do Miguel e que por coincidência aconteceu na da Madalena. Os pais foram impedidos de entrar até às salas dos meninos. Não foi de surpresa, como no caso deles, pois fomos avisados em reunião de pais mas nunca pensei que a medida fosse tão restritiva. Na segunda-feira após a reunião apareceram sinais de passagem proibida por todo o lado. Arranjaram uns walkie talkies, um conjunto para cada sala e quando chego para a ir buscar a senhora da recepção/secretaria chama-a pelo walkie talkie marcado com a cor da sala dela. Isto faz com que naquele wall de entrada os pais fiquem todos concentrados, em alguns dias gera-se até ali uma confusão de gente. Esta medida foi colocada, segundo eles, para segurança das crianças e para impedir a permanência prolongada dos pais nas instalações da escola. Ora se o primeiro argumento me convence, o segundo nem por isso!
Eu faço questão de estar envolvida em todas as coisas que dizem respeito à vida da minha filha, como é óbvio. Por exemplo, eu percebi que ela começou a usar a tesoura, porque vi exposto na zona da secretaria um trabalho dela. Já se tinham passados muitos dias desde que ela tinha passado a usar a tesoura e eu não soube. Não pudemos como família festejar essa ocasião. Não estava à espera que me viessem dizer todos os dias o que ela fez, mas ao estar mais próximo do local onde ela passa a maior parte do seu dia vendo os trabalhos expostos na sala, iria conseguir aperceber-me mais rápido destas conquistas.
Sinto-me excluída da educação da minha filha e sinto que ela é refém do que se passa dentro daquelas paredes. Ela ainda não fez birras como o Miguel, mas cada vez fala menos do que se passa na sala de aula e eu como não vi e não sei o que fizeram não posso incentivar a conversa. Sinto que com isto me roubaram parte do dia. Já era um ritual nosso irmos a conversar sobre o que ela tinha feito na escola nesse dia enquanto íamos para casa e agora ela só me responde brinquei. Eu sei que ela fez mais coisas, mas como não sei especificamente o que foi não posso ajudá-la a destravar a conversa.
Acredito que esta escola é boa, que os valores com que se rege são os melhores e que no que respeita à minha filha, fazem o melhor. Eu sei que ela está bem mas acho vital o acompanhamento da minha parte no que se passa no dia a dia dela . Talvez esteja a ser egoísta mas eu sinto falta de estar com ela, e como já passo o dia todo longe a visita à sala fazia-me sentir mais próxima do que ela faz quando eu não estou. É como se tapasse aquele buraco que fica quando a deixo de manhã sentada nas almofadas a ver os desenhos animados até chegar a hora de entrar para a sala dela.