Este ano decidi meter a Madalena na natação, e por arrasto lá tenho que ir eu também meter o cú de molho! A minha decisão prendeu-se com o facto dela ter adquirido um medo inexplicável à água. Quando vamos à praia ela brinca com água, mas no seu balde e na sua poça, longe das ondas do mar. Arrisca a ir molhar os pés e chapinhar mas nunca foi por livre vontade molhar mais que os tornozelos. As vezes que eu tentei levá-la ao colo para dentro de água mesmo sem ela tocar na água a gritaria era de tal forma que acabei por desistir de o fazer. Na praia fluvial a história é parecida mas o medo é menor e ela já se arrisca a sentar-se dentro de água e chega a ser uma tarefa quase impossível tirá-la de lá ao fim do dia.
Até cheguei a conseguir que ela se metesse dentro de uma bóia e andasse a flutuar um bocadinho, mas não se entusiasmem porque à segunda tentativa começou o berreiro e quem acabou por brincar com a bóia fui eu e o pai.
Em casa, até irmos para a natação, ela recusava-se a tomar banho de chuveiro. Só de o ver começava o berreiro e continuava a tomar banho na banheira de bebé, mesmo ela já não cabendo lá dentro, porque na minha casa só temos poliban.
O dia da natação não é fácil, muitas vezes ela começa a dizer já em casa que não quer ir. Mas com muito jogo de cintura e uma dose extra de paciência lá acabamos por ir. O primeiro dia foi um pesadelo, para ela e para mim. O pai acompanhou-nos do lado de fora da piscina, e percebemos que foi má ideia. Ela fez o costume, quando um de nós a contraria ela recorre ao outro. E como tal passou metade da aula (15min) a chorar pelo pai e a pedir para sair da piscina. O pai saiu para ir ao telefone (mentirinha, já tínhamos combinado que se a coisa estivesse feia que o pai saia) e a coisa acalmou. Vitória da primeira aula, ela entrou dentro de água ao meu colo e esteve lá dentro meia hora de seguida. É verdade esteve parte do tempo a chorar e sempre agarrada com mãos e pés a mim. Na segunda aula fomos só as duas e por milagre e para espanto meu não houve choro. Não pensem que desde aí tem sido tudo rosas, que não é verdade ainda temos direito a choramingas. Um dia de cada vez, uma vitória a cada dia. Já andou em pé dentro de água mergulhada até ao pescoço, andou agarrada a pranchas sem eu a estar a segurar, já nada de costas e de bruços sempre comigo a agarra-la. Agora não a salpiquem ou lhe molhem a cabeça que a princesa não gosta.
Já tomamos banho de chuveiro as duas na piscina e em casa ela já brinca e somos mais felizes quando o assunto se refere a estar de molho.