Eu nunca…

  1. Comi os doces do meu filho.
  2. Comi restos de comida do meu filho.
  3. Também fiz birra com o meu filho.
  4. Cheirei a fralda do meu filho.
  5. Fiz algo que disse ao meu filho que não podia fazer.
  6. Saltei páginas de um livro para acabar a história mais rápido.
  7. Continuei a ver desenhos animados sem o meu filho estar.
  8. Lambi o dedo para depois limpar a cara do meu filho.
  9. Adormeci primeiro que o meu filho.
  10. Disse: “acabou-se vamos embora para casa!”
  11. Disse não e depois e uma hora depois disse sim.
  12. Me diverti mais que o meu filho numa atividade de crianças.

Nesta lista, só tenho dúvidas da número 6.
E tu quantas te faltam?

8 anos de amor

24horas que me pareceram muito mais.

Festa com os amigos da escola.

Jantar surpresa com os padrinhos e avós.

Ida ao cinema com direito a pipocas.

Visita às casa do Pai Natal.

O que mais houve nestes dia(s) foram os sorrisos.

Ainda consigo ouvir as gargalhadas das crianças que estavam na festa, os risos dos meninos que tal como a Madalena e o Pedro adoraram o filme e o ar deliciado dos pequenos ao verem o pai Natal.

Mais uma vez tenho a certeza que vivo segundo a melhor regra de todas : o amor é o motor que move a vida.

Num sopro

O ano está a chegar ao fim.

As luzes e decorações de Natal estão a lembrar-me disso onde quer que eu vá.

Se por um lado eu quero chegar ao Natal e ao final do ano e festejar em família, por outro dou por mim a pensar mas como é possível que o ano de 2021 esteja a chegar ao fim?

Não sou de fazer balanços ou até mesmo promessas/projetos para o ano que está a chegar.
Está mais que provado, que no meu caso é perder tempo e deitar palavras ao vento.

Cada vez estou mais convencida que é o certo, pelo menos para mim, que mais vale viver o dia a dia, que mais vale saborear o momento e viajar consoante o vento.

Se o vento mudar de direção, em vez de lutar eu ajusto as velas e aproveito o vento para seguir viagem, com outro rumo é certo, mas o destino será sempre a felicidade.

Eu não tenho projetos, tenho sonhos…

Alguns dos sonhos que tinha “na minha lista” já foram cumpridos mas há sempre outros a surgir e muitos outros que, ainda, não foram realizados.

Há uma coisa que nunca me esqueço mesmo que os dias passem a correr, é de louvar e agradecer… Nada seria possível sem ele o AMOR…

O AMOR será sempre aquilo que me move e com toda a intensidade que eu sou.

Para o bom e para o mau…

E eu estou de volta?

Hoje dei-me conta que passaram 3 meses desde que escrevi aqui.

O mais engraçado é que escrever foi o que eu mais fiz nos últimos meses.

Estive a escrever/corrigir e preparar a tese do meu doutoramento… Sim senhores e senhoras eu agora sou Doutora, melhor que isso agora sou Mãe, Mulher Doutora… Eu nunca quis, nem quero ser, tratada de acordo com o grau académico que tenho, mas estou muito feliz por ter conseguido chegar até este ponto.

Foi uma luta muito grande, tive vários entraves ao longo deste processo, desde a dificuldade que é conseguir financiamento, às horas infinitas de trabalho de laboratório e escrita associadas a este tipo de “trabalho”, à falta apoios a quem trabalha em ciência. Parece anedota, mas eu trabalho em ciência desde 2009, faço descontos para a segurança social e não tenho direito nem a fundo de desemprego, nem baixa, nem coisa nenhuma… Enfim não estou aqui a lamentar-me, não vale a pena porque nada vai mudar.

O dia da defesa foi muito esperado, mas não correu como eu tinha idealizado. O COVID tirou-me isso mas não foi por isso que o dia não foi vivido na sua plenitude… não foi uma defesa presencial com todo o formalismo que o processo tem associado e talvez seja por isso mesmo é que eu desfrutei mais.

O que me manteve sã durante estes meses todos foram os meus filhos e a loucura associada à vida de mãe de dois pequenos terroristas. Eles obrigaram-me a sair dos papeis e cansaram-me de tal forma que eu não tinha nem possibilidade física de fazer noitadas.

Andei meses a “empurrar com a barriga” muitas tarefas que não tinha muita vontade de fazer. Usei a defesa como desculpa para não me colocar em primeiro lugar. Estes meses todos “em casa” foram a desculpa perfeita para comer porcarias e ganhar peso, para não comprar roupa nova, para não cuidar das unhas e do cabelo, para não arrumar aquelas coisas que tinham que ir para o sótão, para limpar a fundo os armários…

Agora que “Eu estou de volta” já não tenho desculpa para continuar a perpetuar estas coisas. E para impedir que eu volte a arranjar uma desculpas estou aqui a dizer publicamente (para as 2 pessoas que leem isto) que acabou a preguiça e a inércia.

Eu estou de volta, por isso toca a focar-te em ti, na mulher que és e não as outras mil coisas que também és. Nunca serás totalmente feliz se não te colocares em primeiro lugar.

Por isso minha menina toca a meter pernas (literalmente) ao caminho.

Chegaram as férias (dela)

As férias chegaram e a mãe não tem backup plan que é como quem diz: os avós estão longe.

Ela tem de ir para o trabalho comigo.

Por incrível que pareça ela porta-se muito bem.

Diga-se de passagem que o Netflix tem sido a sua companhia enquanto eu ando pelo laboratório a fazer as minhas coisas.

Anda feliz da vida porque tem a mãe só para ela.

Já comeu pizza no myspot, já comeu cachorrona tia…

E hoje dez minutos depois de almoçar já estava a perguntar onde íamos almoçar amanhã.