Ainda consigo ouvir as gargalhadas das crianças que estavam na festa, os risos dos meninos que tal como a Madalena e o Pedro adoraram o filme e o ar deliciado dos pequenos ao verem o pai Natal.
Mais uma vez tenho a certeza que vivo segundo a melhor regra de todas : o amor é o motor que move a vida.
As luzes e decorações de Natal estão a lembrar-me disso onde quer que eu vá.
Se por um lado eu quero chegar ao Natal e ao final do ano e festejar em família, por outro dou por mim a pensar mas como é possível que o ano de 2021 esteja a chegar ao fim?
Não sou de fazer balanços ou até mesmo promessas/projetos para o ano que está a chegar. Está mais que provado, que no meu caso é perder tempo e deitar palavras ao vento.
Cada vez estou mais convencida que é o certo, pelo menos para mim, que mais vale viver o dia a dia, que mais vale saborear o momento e viajar consoante o vento.
Se o vento mudar de direção, em vez de lutar eu ajusto as velas e aproveito o vento para seguir viagem, com outro rumo é certo, mas o destino será sempre a felicidade.
Eu não tenho projetos, tenho sonhos…
Alguns dos sonhos que tinha “na minha lista” já foram cumpridos mas há sempre outros a surgir e muitos outros que, ainda, não foram realizados.
Há uma coisa que nunca me esqueço mesmo que os dias passem a correr, é de louvar e agradecer… Nada seria possível sem ele o AMOR…
O AMOR será sempre aquilo que me move e com toda a intensidade que eu sou.
Hoje dei-me conta que passaram 3 meses desde que escrevi aqui.
O mais engraçado é que escrever foi o que eu mais fiz nos últimos meses.
Estive a escrever/corrigir e preparar a tese do meu doutoramento… Sim senhores e senhoras eu agora sou Doutora, melhor que isso agora sou Mãe, Mulher Doutora… Eu nunca quis, nem quero ser, tratada de acordo com o grau académico que tenho, mas estou muito feliz por ter conseguido chegar até este ponto.
Foi uma luta muito grande, tive vários entraves ao longo deste processo, desde a dificuldade que é conseguir financiamento, às horas infinitas de trabalho de laboratório e escrita associadas a este tipo de “trabalho”, à falta apoios a quem trabalha em ciência. Parece anedota, mas eu trabalho em ciência desde 2009, faço descontos para a segurança social e não tenho direito nem a fundo de desemprego, nem baixa, nem coisa nenhuma… Enfim não estou aqui a lamentar-me, não vale a pena porque nada vai mudar.
O dia da defesa foi muito esperado, mas não correu como eu tinha idealizado. O COVID tirou-me isso mas não foi por isso que o dia não foi vivido na sua plenitude… não foi uma defesa presencial com todo o formalismo que o processo tem associado e talvez seja por isso mesmo é que eu desfrutei mais.
O que me manteve sã durante estes meses todos foram os meus filhos e a loucura associada à vida de mãe de dois pequenos terroristas. Eles obrigaram-me a sair dos papeis e cansaram-me de tal forma que eu não tinha nem possibilidade física de fazer noitadas.
Andei meses a “empurrar com a barriga” muitas tarefas que não tinha muita vontade de fazer. Usei a defesa como desculpa para não me colocar em primeiro lugar. Estes meses todos “em casa” foram a desculpa perfeita para comer porcarias e ganhar peso, para não comprar roupa nova, para não cuidar das unhas e do cabelo, para não arrumar aquelas coisas que tinham que ir para o sótão, para limpar a fundo os armários…
Agora que “Eu estou de volta” já não tenho desculpa para continuar a perpetuar estas coisas. E para impedir que eu volte a arranjar uma desculpas estou aqui a dizer publicamente (para as 2 pessoas que leem isto) que acabou a preguiça e a inércia.
Eu estou de volta, por isso toca a focar-te em ti, na mulher que és e não as outras mil coisas que também és. Nunca serás totalmente feliz se não te colocares em primeiro lugar.
Por isso minha menina toca a meter pernas (literalmente) ao caminho.