Os meus patinhos

Uma das coisas que me dá mais prazer é ver os meus filhos a brincar. Se brincarem os dois juntos sem choros e gritos pelo meio melhor ainda. Espero pelo dia em que isso aconteça, por agora é vou gerindo como posso toda esta dinâmica.

É quase como ter um cão!

Comprei para a Madalena no final de Dezembro uma cadeira nova para a transportar no carro. Como esta tem Isofix (sistema que permite prender a cadeira ao banco do automóvel) tive colocar a cadeira do lado esquerdo junto ao vidro. Até agora ela andava no banco do meio super-satisfeita porque via os carros todos, mas com esta cadeira não dá porque fica ali a dançar e não é seguro. Ela não se aborreceu nada por mudar de lugar, até vai bastante satisfeita a ver o que se passa lá fora pela janela. Até aqui tudo bem!

Já tinha reparado que os vidros traseiros estavam um BOCADO sujos, mas nem liguei muito . Como viajamos no Natal com o cão no banco de trás pensei que tivesse sido ele. Pois se do lado direito só pode ter sido ele, do lado esquerdo não é bem a mesma história. Qual não é o meu espanto quando hoje dou com a menina Madalena a lamber os dedos e fazer desenhos no vidro com a baba!!! A SÉRIO?!?!? Mas onde é que ela vai buscar estas ideias? Eu lembro-me de quando era pequena e andava no carro do meu pai costumava fazer desenhos nos vidros quando eles estavam embaciados por causa da diferença de temperatura, mas nunca me passou pela cabeça fazer desenhos com baba.

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Agora que estou a escrever isto recordo-me que esta não foi uma estreia da Madalena, pois quando foi para a creche pela primeira vez uma das primeiras queixas que tive dela foi que ela fazia desenhos com baba  nos vidros da sala. Na verdade acho que também fazia o mesmo nos vidros da porta sala na casa da minha mãe.

 

Ser mãe…

Cada vez mais tenho a noção que ser é uma tarefa muito complicada. Cada uma de nós terá as suas batalhas e montanhas para escalar. Acredito que as mães são feitas com a medida exacta de cada filho. São o encaixe perfeito. A chave certa que abre a fechadura. O mesmo se passa com os filhos, eles são exatamente aquilo que os pais precisam e conseguem “carregar”. Nos ombros e no coração. O coração, esse transborda com tanto amor. Pelo menos é assim que me sinto e sou mãe só de uma.

É nos momentos mais difíceis que esse amor que transborda e nos ampara a nós mães que desesperamos perante birras e ataques de fúria. Há com certeza, em cada uma de nós, nem que seja por um milésimo de segundo, um momento em que estamos prestes a dizer que se lixe não estou para isto, ou estou-me a passar vou te bater tanto que nem te passa pela cabeça, ou porque é que eu me fui meter nisto de ser mãe… Cada uma de nós terá a sua frase de raiva, desespero ou de revolta. Mas aí somos inundadas daquele amor que transborda do coração e cada uma escolhe a melhor opção para o momento, que será diferente para cada uma de nós.

Ser mãe é sem dúvida o melhor teste à paciência que o ser humano pode ter.

Maré de azar

Quando me levantei pensei que hoje seria um dia normal como tantos outros. A Madalena a pastelar em frente do copo do leite. Eu a repetir 50 vezes: ” bebe o leite.”

Fomos para a escola dela ficou sem rodeios e sem meias palavras. Chego ao carro ligo para a minha mãe, meto em alta voz e sigo para o trabalho. Quando estou a sair do carro ainda a falar com ela ao telemóvel, com a mochila, mala e lancheira e as chaves na mão eis que fecho a porta do carro mas não sei como deixo lá ficar o dedo mindinho da mão esquerda.

F@$$% QUE DOR DO DEMO!

A dor foi tão forte que acabei por ter que me sentar num banco de jardim porque me estava a sentir mal. Quando dei por mim estava a ouvir a minha mãe a chamar-me muito baixinho. Ela não estava a falar baixinho eu é que tinha desmaiado.

Lá me recompuz e fui trabalhar. Agora tenho uma unha e um dedo que me doem horrores.

O dia a partir de agora só podia melhorar. O trabalho não foi nada de especial. Jantar em família com direito a brincadeira e leitura de livro ao deitar.

O melhor de tudo é que a minha filha hoje está super melosa e só que quer dar beijinhos.

O dia não podia ter acabado melhor.

A melhor coisa que me aconteceu na vida foi, sem sombra de dúvidas, ser mãe.

Estamos de molho em casa

A febre continua. Vamos controlando com Benuron. Ela está enrolada no sofá a ver desenhos animados. Esta não é a minha filha, a que anda sempre a cantar e a dançar. Estar quieta não é com ela.

Ser mãe e trabalhar fora de casa é ter o coração nas mãos nestes dias. Vou ter mesmo que ir trabalhar de tarde e o pai tem que faltar ao trabalho para cumprir o segundo turno de mimos e desenhos animados.

São nestes dias que até sentimos falta das traquinices e das dores de cabeça que nos fazem.