Novelo de ideias

Sou só eu que tenho sempre a cabeça cheia de coisas?
Por mais descansada que esteja dou por mim a pensar em coisas que não lembra a ninguém.


Fosse o meu blog tão cheio de palavras como é a minha cabeça.

Num sopro

O ano está a chegar ao fim.

As luzes e decorações de Natal estão a lembrar-me disso onde quer que eu vá.

Se por um lado eu quero chegar ao Natal e ao final do ano e festejar em família, por outro dou por mim a pensar mas como é possível que o ano de 2021 esteja a chegar ao fim?

Não sou de fazer balanços ou até mesmo promessas/projetos para o ano que está a chegar.
Está mais que provado, que no meu caso é perder tempo e deitar palavras ao vento.

Cada vez estou mais convencida que é o certo, pelo menos para mim, que mais vale viver o dia a dia, que mais vale saborear o momento e viajar consoante o vento.

Se o vento mudar de direção, em vez de lutar eu ajusto as velas e aproveito o vento para seguir viagem, com outro rumo é certo, mas o destino será sempre a felicidade.

Eu não tenho projetos, tenho sonhos…

Alguns dos sonhos que tinha “na minha lista” já foram cumpridos mas há sempre outros a surgir e muitos outros que, ainda, não foram realizados.

Há uma coisa que nunca me esqueço mesmo que os dias passem a correr, é de louvar e agradecer… Nada seria possível sem ele o AMOR…

O AMOR será sempre aquilo que me move e com toda a intensidade que eu sou.

Para o bom e para o mau…

E eu estou de volta?

Hoje dei-me conta que passaram 3 meses desde que escrevi aqui.

O mais engraçado é que escrever foi o que eu mais fiz nos últimos meses.

Estive a escrever/corrigir e preparar a tese do meu doutoramento… Sim senhores e senhoras eu agora sou Doutora, melhor que isso agora sou Mãe, Mulher Doutora… Eu nunca quis, nem quero ser, tratada de acordo com o grau académico que tenho, mas estou muito feliz por ter conseguido chegar até este ponto.

Foi uma luta muito grande, tive vários entraves ao longo deste processo, desde a dificuldade que é conseguir financiamento, às horas infinitas de trabalho de laboratório e escrita associadas a este tipo de “trabalho”, à falta apoios a quem trabalha em ciência. Parece anedota, mas eu trabalho em ciência desde 2009, faço descontos para a segurança social e não tenho direito nem a fundo de desemprego, nem baixa, nem coisa nenhuma… Enfim não estou aqui a lamentar-me, não vale a pena porque nada vai mudar.

O dia da defesa foi muito esperado, mas não correu como eu tinha idealizado. O COVID tirou-me isso mas não foi por isso que o dia não foi vivido na sua plenitude… não foi uma defesa presencial com todo o formalismo que o processo tem associado e talvez seja por isso mesmo é que eu desfrutei mais.

O que me manteve sã durante estes meses todos foram os meus filhos e a loucura associada à vida de mãe de dois pequenos terroristas. Eles obrigaram-me a sair dos papeis e cansaram-me de tal forma que eu não tinha nem possibilidade física de fazer noitadas.

Andei meses a “empurrar com a barriga” muitas tarefas que não tinha muita vontade de fazer. Usei a defesa como desculpa para não me colocar em primeiro lugar. Estes meses todos “em casa” foram a desculpa perfeita para comer porcarias e ganhar peso, para não comprar roupa nova, para não cuidar das unhas e do cabelo, para não arrumar aquelas coisas que tinham que ir para o sótão, para limpar a fundo os armários…

Agora que “Eu estou de volta” já não tenho desculpa para continuar a perpetuar estas coisas. E para impedir que eu volte a arranjar uma desculpas estou aqui a dizer publicamente (para as 2 pessoas que leem isto) que acabou a preguiça e a inércia.

Eu estou de volta, por isso toca a focar-te em ti, na mulher que és e não as outras mil coisas que também és. Nunca serás totalmente feliz se não te colocares em primeiro lugar.

Por isso minha menina toca a meter pernas (literalmente) ao caminho.

Amor

Quando estás no lodo e te sentes uma m….

Quando tens um dia de m….

Quando a semana está a ser uma valente m….

Quando só não choras porque estás sozinha com os miúdos.

Abres um caderno para trabalhar e dás com um desenho e uma mensagem da tua filha que te faz esboçar um sorriso.

Pode ser uma ilustração

Não resolveu os meus problemas, mas fez-me pensar que não posso desistir nem entregar-me à tristeza porque tenho o melhor do mundo: AMOR!

Dia 22 – traphoto_garrafa

Durante o dia de ontem decidi que não posso viver em função de ser #mãe, #esposa, do trabalho, da lida da casa…. Que tudo isso tem o seu lugar mas que EU preciso de dar lugar na minha vida e no meu dia a dia a mim.

Parece estranho, mas não é.

Adoro ser mãe, talvez seja a coisa que mais gosto de ser. Mas não chega para eu ser completamente #feliz.

Adoro o meu marido (na maior parte dos dias 🤭), mas não chega para eu ser completamente feliz.

Adoro o meu trabalho, apesar de muitas vezes resmungar de ter que o fazer, mas não chega para eu ser completamente feliz.

A lida da casa não é algo que adoro, mas que em certos momentos e em algumas tarefas me deixa bastante satisfeita, mas não chega para eu ser completamente feliz.

Então ontem depois de um dia merdoso eu decidi que tinha que arranjar uma #garrafa de #oxigénio para mim. Algo que me desse energia, mas ao mesmo tempo #tranquilidade. Algo que me permitisse ouvir os meus pensamentos, ou talvez não algo que fizesse com que eu parasse constantemente de pensar em tudo o que tenho para fazer.

E por isso hoje eu fui à #praia logo depois de deixar os dois, cada um na sua escola.

Sozinha.

Caminhei 5Km.

Tinha apenas como objetivo andar e desfrutar daquela paz.

Foi bom para o meu corpo e para a minha mente. O #sal e o #sol sempre foram algo que me fizeram feliz.



Acho que esse será o truque procurar fazer coisas que sempre me fizeram felizes pois é aí nesse lugar que o meu EU está. É aí que eu vou buscar forças para continuar aqui.

#trapices #vidademae #vidademulher #eu #aomeuencontro #paz #tomalágustavosntos #traphoto #desafio #umafotopordia #desafiofotografico #traphoto_garrafa

My bottle of oxygen… Water, salt and sand.