Eu nunca…

  1. Comi os doces do meu filho.
  2. Comi restos de comida do meu filho.
  3. Também fiz birra com o meu filho.
  4. Cheirei a fralda do meu filho.
  5. Fiz algo que disse ao meu filho que não podia fazer.
  6. Saltei páginas de um livro para acabar a história mais rápido.
  7. Continuei a ver desenhos animados sem o meu filho estar.
  8. Lambi o dedo para depois limpar a cara do meu filho.
  9. Adormeci primeiro que o meu filho.
  10. Disse: “acabou-se vamos embora para casa!”
  11. Disse não e depois e uma hora depois disse sim.
  12. Me diverti mais que o meu filho numa atividade de crianças.

Nesta lista, só tenho dúvidas da número 6.
E tu quantas te faltam?

8 anos de amor

24horas que me pareceram muito mais.

Festa com os amigos da escola.

Jantar surpresa com os padrinhos e avós.

Ida ao cinema com direito a pipocas.

Visita às casa do Pai Natal.

O que mais houve nestes dia(s) foram os sorrisos.

Ainda consigo ouvir as gargalhadas das crianças que estavam na festa, os risos dos meninos que tal como a Madalena e o Pedro adoraram o filme e o ar deliciado dos pequenos ao verem o pai Natal.

Mais uma vez tenho a certeza que vivo segundo a melhor regra de todas : o amor é o motor que move a vida.

Casa da família

As trapices que a mãe faz para mandar para a escola do filho.

O pedido foi: uma casa em 3D onde pudesse estar a família do Pedro.

Esta “casa” fará parte de uma aldeia Natal que será construida com todas as casas feitas pelos meninos, que dizer pelos pais dos meninos…

Não tinha ideia nenhuma de como poderia fazer uma casa, muito menos como iria fazer para colocar a nossa família lá dentro.

Não havia tempo para fazer projetos e ir às compras de materiais, até porque o desafio era ser feita com material reciclável…

Usei paus que foram recolhidos em família no feriado e cortiça que havia cá por casa.

A foto da família está suspensa e pode girar livremente dentro da “casa”.

O que faz todo o sentido porque cá em casa todos gostamos de animação.

Não será a “casa” mais bonita ou mais perfeita mas aqui a mãe até está espantada com o resultado final.

Num sopro

O ano está a chegar ao fim.

As luzes e decorações de Natal estão a lembrar-me disso onde quer que eu vá.

Se por um lado eu quero chegar ao Natal e ao final do ano e festejar em família, por outro dou por mim a pensar mas como é possível que o ano de 2021 esteja a chegar ao fim?

Não sou de fazer balanços ou até mesmo promessas/projetos para o ano que está a chegar.
Está mais que provado, que no meu caso é perder tempo e deitar palavras ao vento.

Cada vez estou mais convencida que é o certo, pelo menos para mim, que mais vale viver o dia a dia, que mais vale saborear o momento e viajar consoante o vento.

Se o vento mudar de direção, em vez de lutar eu ajusto as velas e aproveito o vento para seguir viagem, com outro rumo é certo, mas o destino será sempre a felicidade.

Eu não tenho projetos, tenho sonhos…

Alguns dos sonhos que tinha “na minha lista” já foram cumpridos mas há sempre outros a surgir e muitos outros que, ainda, não foram realizados.

Há uma coisa que nunca me esqueço mesmo que os dias passem a correr, é de louvar e agradecer… Nada seria possível sem ele o AMOR…

O AMOR será sempre aquilo que me move e com toda a intensidade que eu sou.

Para o bom e para o mau…

E eu estou de volta?

Hoje dei-me conta que passaram 3 meses desde que escrevi aqui.

O mais engraçado é que escrever foi o que eu mais fiz nos últimos meses.

Estive a escrever/corrigir e preparar a tese do meu doutoramento… Sim senhores e senhoras eu agora sou Doutora, melhor que isso agora sou Mãe, Mulher Doutora… Eu nunca quis, nem quero ser, tratada de acordo com o grau académico que tenho, mas estou muito feliz por ter conseguido chegar até este ponto.

Foi uma luta muito grande, tive vários entraves ao longo deste processo, desde a dificuldade que é conseguir financiamento, às horas infinitas de trabalho de laboratório e escrita associadas a este tipo de “trabalho”, à falta apoios a quem trabalha em ciência. Parece anedota, mas eu trabalho em ciência desde 2009, faço descontos para a segurança social e não tenho direito nem a fundo de desemprego, nem baixa, nem coisa nenhuma… Enfim não estou aqui a lamentar-me, não vale a pena porque nada vai mudar.

O dia da defesa foi muito esperado, mas não correu como eu tinha idealizado. O COVID tirou-me isso mas não foi por isso que o dia não foi vivido na sua plenitude… não foi uma defesa presencial com todo o formalismo que o processo tem associado e talvez seja por isso mesmo é que eu desfrutei mais.

O que me manteve sã durante estes meses todos foram os meus filhos e a loucura associada à vida de mãe de dois pequenos terroristas. Eles obrigaram-me a sair dos papeis e cansaram-me de tal forma que eu não tinha nem possibilidade física de fazer noitadas.

Andei meses a “empurrar com a barriga” muitas tarefas que não tinha muita vontade de fazer. Usei a defesa como desculpa para não me colocar em primeiro lugar. Estes meses todos “em casa” foram a desculpa perfeita para comer porcarias e ganhar peso, para não comprar roupa nova, para não cuidar das unhas e do cabelo, para não arrumar aquelas coisas que tinham que ir para o sótão, para limpar a fundo os armários…

Agora que “Eu estou de volta” já não tenho desculpa para continuar a perpetuar estas coisas. E para impedir que eu volte a arranjar uma desculpas estou aqui a dizer publicamente (para as 2 pessoas que leem isto) que acabou a preguiça e a inércia.

Eu estou de volta, por isso toca a focar-te em ti, na mulher que és e não as outras mil coisas que também és. Nunca serás totalmente feliz se não te colocares em primeiro lugar.

Por isso minha menina toca a meter pernas (literalmente) ao caminho.