Sou mãe só isso…

Faz muito tempo que não escrevo por estas bandas. A vida não me tem sido meiga, trabalho, filha doente, afazeres normais da casa que acumulam, comida que já escasseia no armário e no frigorífico… e sabe-se lá mais o quê.

Com tanta coisa pelo caminho acabo por ceder à pressão e os que me estão mais próximos levam com os estilhaços. Muitas vezes rebento mesmo como se fosse uma bomba, basta um pequeno toque e bum! A convivência com o marido sofre e muitas vezes parecemos 2 telemóveis sem rede durante uma chamada e a conversa perde-se e não flui, não é harmoniosa e prazerosa como devia ser. Muitas vezes até dou por mim a pensar que sinto falta de quando éramos namorados, não sei bem do quê em particular mas de vez em quando fico nostálgica. A filha tem também sofrido com o meu stress e a minha falta de tempo e organização. Passo menos tempo com ela e tenho menos vontade de brincar com as bonecas porque me sinto exausta. A vida de crescido é uma treta.

Mas nada acontece por acaso e nada dura eternamente… O trabalho abrandou, a casa voltou à desorganização normal e eu disse para mim mesma acabou! Não vale a pena andar com stress e a correr por coisas que não são o essencial na minha vida. Estou mais concentrada em mim e em estar com a minha filha e com o meu marido. O tempo e as ansiedades têm sido geridos de outra forma.

Mesmo com toda a confusão do mês de fevereiro tivemos os nossos momentos de família e tempo dedicado só a nós. Cinema, parque alimentar os patos e pombos e um belo festejo de carnaval.

Nunca desistir!

“ Nascer é o ato mais difícil que fazemos na vida. É muito mais difícil que morrer por isso nascemos de punhos cerrados e morremos de mãos abertas.
Nascer é passar por um canal apertado, fazendo um esforço e varias manobras para o conseguir, é deixar de estar na água, começar a respirar, ser pegado, esticado, limpo, é deixar de ter comida e quentinho 24h, é começar a ouvir muito mais barulho, ter frio e uma luz que nos encadeia.

Nascer é provavelmente o maior trauma pelo qual passamos mas não temos memória disso.”
Laura Gutman

Por isto e muito mais cabe a cada um de nós lutar por aquilo que queremos e nunca desistir, descansar sim mas não desistir!

Obrigada Mafalda pelo texto da Laura.