Oh que gata…

Sentia-me gata, e acredito que estava mesmo gata.

Agora, depois de 9 meses de gravidez em que o corpo mudou, e eu amei tanto essa mudança, não me sinto gata.

O Pedro nasceu faz um mês, o meu corpo está novamente diferente… A barriga está flácida, o cabelo está constantemente despenteado e até já os cabelos brancos me incomodam, a pele está diferente e tenho sempre olheiras…

Não me sinto feia apenas diferente, menos gata! O tempo “livre” que tenho não o ocupo a cuidar de mim…

Mas hoje acendeu-se uma luz aqui dentro, primeiro quando me dei conta que a foto de perfil do Facebook era de Maio de 2017 e decidi que estava na hora de a mudar. Mudei por uma foto de Outubro de 2017, porque não tinha mais nenhuma decente para colocar. Escolhi esta porque é de uma altura em que estava e me sentia gata.

Pensando bem… Não era a foto do Facebook que estava mal e precisava ser mudada, eu que tenho fazer por voltar a sentir-me gata como naquela altura.

E isso só depende de mim!

Já adormeci o pai!

A Madalena gosta de companhia para adormecer, normalmente sou eu que vou para a cama dela até que ela se decida a dormir.

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Mas o pai também o faz, mas com um toque especial.

Ela começa por lhe pedir para ele lhe ler uma história e ele acede de boa vontade. Mas ele mal sabe que isso faz tudo parte da estratégia dela… Depois da história lá apagam a luz, perante muitas queixas da parte dela, e começa o processo de espera para ela adormecer. Mas aqui é que está a genialidade da história.

Qual não é o meu espanto quando ela me aparece com o maior sorriso do Mundo e diz-me:

Já está mãe, já adormeci o pai! 

Muito engraçado não é? Pois mas quem se lixa sou eu que ainda tenho que a ir adormecer enquanto o pai já dorme e já se safou das tarefas domesticas do dia.

 

1 Mês

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Como assim já passou um mês?

Estamos felizes!

E isso é o que importa no final as contas.

As horas de trabalho de parto, as dores, os pontos, as olheiras, o peito dorido, as noites mal dormidas, as mijadelas nas mãos… Tudo isso são detalhes, que guardo para mim, e que fazem parte de mais um capitulo da nossa história.

Neste mês os comentários, os palpites e as sugestões cheias de boa vontade não faltaram. Mas sabem, elas foram todas para um saquinho de onde eu só tiro as que quero e quando quero. Quem é mãe sabe bem o quanto podem magoar os comentários, feitos com muito boa vontade, mas o fato de ser um segundo filho faz com nós estejamos mais preparadas e o golpe é mais fraco.

Os dias são curtos e as noites são longas, mas agora ao fim de um mês começo a ver que as coisas estão a entrar nos eixos e até já tenho tempo para me sentar um bocadinho a escrever ou fazer um bolo com a Madalena. Bem sei que um dia não são dias, para o bem e para o mal. Se num dia consigo que os dois durmam a sesta e até consigo arranjar as sobrancelhas e as unhas, no dia seguinte são 15h e ainda não consegui pentear-me e lavar os dentes. Monotonia não existe por isso um dia de cada vez, sem muitos planos ou horários fixos para fazer as coisas.

Uma certeza tenho, é um amor avassalador que me rouba a tudo o que se passa à volta. Não há outro foco que não eles os dois.

Bolas pá o que eu não dava para ser mãe a tempo inteiro…

Ser mãe de um recém nascido

Já nao me lembrava como era ser mãe de um recém nascido.

Do “trabalho” que dá e quais as implicações desta condição. De como é sofrer de privação do sono e quando tenho hipótese de dormir não conseguir fechar os olhos com medo que ele acorde e chore. De como é ter olheiras e estar despenteada porque depois do banho não houve tempo para secar o cabelo.

Pelo menos desta vez consegui logo no segundo dia após o parto entrar na minha roupa pré-gravidez, o que por si só já é um bónus, e meio caminho andado para ter melhor aspecto.

Acredito que este esquecimento é uma partida do nosso cérebro, fruto da evolução da espécie humana, para garantir que nos reproduzimos mais do que uma vez e assim não há qualquer hipótese de extinção da espécie. Se não for isto porque razão esquecemos as coisas “más” e só recordamos como era bom quando eles eram pequeninos?

Ser mãe de um recém nascido é fazer tudo à pressa…

… comer à pressa,

… tomar banho à pressa,

… ir ao wc à pressa,

… dormir à pressa,

… tratar do almoço ou do jantar à pressa,

… é não secar o cabelo e fazer apenas um rabo de cavalo ou um coque à pressa.

A vida nestes dias parece que corre rápido demais, disso lembro-me bem. Quando a Madalena nasceu eu perdi noção do tempo e o mesmo se está a passar com o Pedro. Não sei em que dia do mês ou até semana estou.

Os dias são curtos mas as noites são longas, especialmente aquelas em que ele teima em não querer dormir ou chora porque está desconfortável…

e lá tenho eu que dormir à pressa…

ORAÇÃO DE UMA MÃE

Senhor, quando os meus filhos não estiverem sob meus olhos, que eles estejam em Tuas mãos.

Quando não for possível que eles me escutem, que o Senhor seja, em suas mentes, a voz que os aconselha.

Quando eu não estiver presente para lhes apontar o caminho, Senhor guia as suas pernas.

Quando não for possível eu dar-lhes o colo de mãe, que o Senhor acalme os corações dos meus filhos.

Quando eu não puder dizer “leva o casaco”, que o Senhor seja o manto que aquece as suas almas.

Quando eu não puder fazer o curativo, que o Senhor cure as suas feridas.

Quando não eu não conseguir enxugar as suas lágrimas, que o Senhor evite que elas caiam.

Quando eles se sentirem sozinhos, que o Senhor seja a sua companhia e lhes traga luz à sua solidão.

E, quando eles estiverem felizes, Senhor sopra uma suave brisa sobre seus rostos para que os meus filhos se lembrem do meu carinho e que, onde eles estiverem, eu sempre os amarei.

Amém!