Ep 6 – As coisas que me incomodam: As barbies e companhia.

Enquanto passeava pelo corredor dos brinquedos num hipermercado encontro estas duas Barbie. Se à primeira vista me pareciam Barbie normais quando lhes peguei, porque gostei da fatiota delas, reparo que estas bonecas não têm as medidas padrão que as Barbies costumam ter.

                

Naquele momento pensei finalmente alguém na Mattel pensou em criar bonecas com outros tipos de corpo. Sempre achei que a Barbie teria dificuldades em se manter de pé e que era super aborrecido as bonecas terem todas o mesmo corpo. Este tipo de brinquedos grava no nosso subconsciente que todos devemos ser iguais e fazer parte de um padrão de peso/altura. Desde pequenas as meninas, enquanto brincam com estas bonecas ao faz de conta, criam o seu futuro eu com base nesta imagem da mulher. Magra, com mamas grandes e bem feitinhas, cintura fina, cabelo penteados perfeitos… Mas a realidade não é essa, nem nunca será! Fui investigar e esta colecção da Barbie Fashionistas tem 7 tipos de corpo e 11 tons de pele diferentes.

Muitos parabéns Mattel as bonecas são lindas, mais ainda porque retratam bem a realidade.

Ep 5 – As coisas que me incomodam: o livro da menina e o livro do menino

Fui comprar um presente para uma amiguinha da Madalena à Fnac e eis que me deparo com 2 livros que me deixaram cheia de comichões. Coisas de menino e coisas de menina! Não julguei os livros logo numa primeira abordagem e na minha inocência achei que a diferença estava só na capa. Pois bem enganei-me! As mensagens que estão nos livros são boas e pretendem passar valores importantes às crianças mas com esta segregação foi tudo pelo cano a baixo.

O pior de tudo é que não é a primeira vez que eu encontro livros deste tipo, já tinha falado nisso uma vez aqui.

Com estas coisas em vez de estarmos a educar os nossos filhos para não verem diferenças entre homem e mulher, estamos a dizer-lhes que é normal haver desigualdade entre homens e mulheres e que há coisas que são só das mulheres e coisas que são só dos homens.

Eu mãe de uma menina e de um menino quero que eles sejam tratados de igual forma independentemente do seu género.

Mas isso sou eu!!!

Ep 4 – As coisas que me incomodam: roupa de menino vs roupa de menina

Related imageAté ser mãe de um rapaz este flagelo passava-me ao lado, porque andava super encantada com o mundo rosa e com as inúmeras opções de roupa existentes. Consegui sempre encontrar alguma coisa que gostasse para vestir à Madalena sem ter que vender um rim. Mas agora a coisa mudou de cenário.

Desde que soube que estava grávida de um rapaz, e que comecei a olhar com outros olhos para a secção de roupa de menino é que me apercebi desta parvoíce. As opções de roupa para menino são MUITO menos, e não precisamos estar a ver com atenção os artigos expostos. Basta olhar para a área ocupada nas lojas para cada um dos géneros, a zona de roupa menina é sempre maior, muitas vezes até acho que chega a ser o dobro.

Já ouvi várias vezes dizer que quem tem filhas meninas gasta mais dinheiro em roupa e eu sempre achei que isso não era bem verdade. Mas agora que me passa pela pele vejo que é verdade. A Madalena nesta fase do campeonato já possuía uma extensa colecção de sapatos e vestidos além daquelas roupas básicas que todos os bebés têm!

Já o Pedro é contemplado apenas com o essencial. E porquê?

Não que eu não tenha procurado por coisas para comprar para ele, mas porque nunca encontrei aquilo que queria (e atente-se que não estou disposta a dar uma pequena fortuna por 50 cm de pano). A desculpa que dou a mim mesma é: “não posso estar a comprar muita coisa porque os bebés crescem muito rápido e ele só vai usar isto 2 ou 3 vezes”.

Fico um bocadinho triste e por vezes frustrada por não encontrar/achar roupas de menino que goste, talvez seja porque ainda estou com o chip de mãe de menina ligado e só fico derretida por vestidos e coisas rosa e brilhantes.

Por haver menos escolha para as roupas de rapaz estamos a dar força ao dizer que mãe de menina vai à falência. Mas podem ficar descansados já fui às compras de roupa para o Pedro e já me desgracei. O miúdo está a crescer a olhos vistos e rapidamente terei que ir novamente às compras.

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Já agora dica para os interessados a Primark está com umas camisolas de manga comprida muito giras e super baratas que tanto dão para menino como para menina. Bem visto as mais bonitas/fixes estão na secção de menino. 😉

Flores para Ela, vinho para Eles…

Ontem foi a festa de final de ano da escola da minha filha e muito há para partilhar sobre esse ACONTECIMENTO! Mas isso são outros capítulos da mesma história…

No final da primeira parte da festa, depois dos meninos que têm actividades extra-curriculares fazerem as suas apresentações, os professores responsáveis foram chamados ao palco para serem aplaudidos pelo seu fantástico trabalho.

Parêntesis na conversa: Os professores fizeram o que se esperava, não menosprezo o seu trabalho, mas neste dia os artistas eram as crianças e elas sim tinham que ser elogiadas e colocadas no foco da atenção. Mas isso são pequenas coisas que nem todas as pessoas conseguem ver ou entender da mesma forma que eu .

Voltando ao palco… Foram chamados o professor de música, o professor de ginástica, o mestre de judo e a professora de dança. Três homens e uma mulher! A escola quis dar um miminho a cada um deles, e acho muito bem. O que me deixou revoltada foi o facto de à professora ter sido dado um ramo de flores e aos professores uma garrafa de vinho.

Ora cá está! A mulher não pode receber uma garrafa de vinho de presente? Ou o homem não pode receber um ramo de flores? Fiquei triste porque eu estou a lutar para que a minha filha não veja o homem e a mulher como diferentes ou como pré-destinados para determinados papeis.

2018-05-18-13-57-28.jpgNesse mesmo dia de manhã tinha falado com ela sobre não haver brinquedos de meninas e brinquedos de meninos. Isto depois dela me ter dito que na sala da escola dela havia essa separação.

 

Está tão enraizado na nossa sociedade estas discriminações e cabe-nos a nós pais e mães educadores da nova geração contrariar este movimento. E começa por mudar coisas pequenas como a escolha de presentes numa situação destas… Estou para aqui a falar, mas talvez aquela mulher prefira mesmo receber um ramo de flores ou então não, talvez ela prefira ser tratada de igual forma e uma garrafa de vinho fosse o presente perfeito para ela.

Eu como mulher, mãe e neste momento grávida impedida de tocar em álcool à meses, ia adorar receber uma garrafinha de vinho. Mas mais que isso ia adorar perceber que estava a ser tratada de igual forma. Independentemente do meu género.

Mas isso sou eu!!!